quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Auto-ajuda

Que não me levem a mal os leitores de livros de auto-ajuda, mas eu não acredito nisso. Quer dizer. Algumas pessoas realmente dizem que se sentiram ajudadas por livros desse tipo, mas para mim isso já acaba com todo o conceito.
Auto-ajuda é não precisar de ninguém, é ajudar a si mesmo, certo? O estilo literario deveria se chamar Autor-ajuda já que é o criador do livro que fornece todas as dicas para o leitor.
Dizem que esses livros estão cheios de informações que as pessoas já sabem, mas precisam ler para considerar realmente. Acredito que isso seja verdade. E decidi:
Vou escrever livros de auto-ajuda para eu mesmo ler. Cada assunto que me preocupa, um novo fascículo. Não vou emprestar pra ninguém.
Isso sim é auto ajuda.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Frio (ou Encontros e Desencontros)

Tá fazendo frio aqui em São Paulo ultimamente.
Isso, somado às atividades diárias compulsórias - como crescer na vida - me deixaram sem sair muito de casa. Mas aí começaram as férias, e eu saí para comprar uns livros que preciso ler para fazer minha tese de conclusão de curso (da faculdade), me vesti adequadamente para o frio, e saí.
Quase na porta do metrô, encontro uma antiga amiga que, havia 1 ano, estava morando fora do país. Depois de um grande abraço e palavras de saudade:
...- Você não estava nos Estados Unidos?
...- Estava. Cheguei ontem, você é a primeira pessoa que eu encontro.
É sempre bom ser o primeiro, não importa em que. Trocamos telefones e combinamos de combinar alguma coisa.
Continuei meu caminho.
Na livraria, depois de um longo tempo tentando explicar o tipo de livro que eu queria encontrar, o atendente e eu desistimos. Não encontrei nenhum dos livros que precisava para o meu TCC, mas encontrei um ótimo livro de crônicas do Rubem Braga, acabei comprando.
Saindo da livraria, na entrada do Metrô, havia um homem já de certa idade, terno e gravata, tocando habilmente uma flauta transversal, acompanhado de uma caixa de som e um tocador de MP3. Moderno. Mais a frente, dois meninos, novinhos e sujinhos, esperando o farol fechar com bolas de tênis nas mãos. Observei. Ao sinal vermelho, um subiu nas costas do outro, e começaram, os dois ao mesmo tempo, a trançar as bolinhas no ar. Quase um Cirque du Soleil do trabalho infantil.
Eu, acompanhado de uma garota que acabara de conhecer, e a quem prometera acompanhar até a avenida Brigadeiro, não pude deixar de comentar:
...- Tudo é tão mais chique no frio, não acha?
Ela, observando as pessoas passarem de polainas e cachecóis, sorriu e disse:
...- É verdade.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vacas e Palhaços

Tenho, na minha cozinha, alguns objetos em forma ou com desenhos de vaquinhas. Nada demais, uma leiteira, uns panos de prato, coisas assim. O suficiente para que algumas pessoas achem ridículo. Mas eu me explico.
Eu sei que é ridículo! Não sou uma daquelas mulheres que aparecem no Fantástico, com os criados-mudos cheios de badulaques em forma de porquinhos, cor-de-rosa. Acho as vacas engraçadas, mais ainda quando desenhadas, animais grandes e gordos, malhados de preto no branco (ou vice-versa), de caras redondas, tetas rosadas (que mais parecem luvas de borracha cheias de ar), e que falam . As vacas são mais engraçadas que os palhaços.
Pra mim, os palhaços sempre pareceram e parecerão figuras tristes, aquela velha imagem do Pierrot. Fazer rir as pessoas por trabalho, e ser considerado um palhaço o resto do tempo me parece um pouco deprimente.
As vacas me fazem rir sendo elas mesmas,
comendo grama e falando mú.
Não sou nenhum palhaço colecionador de badulaques, simplesmente, as vaquinhas me alegram. E se um dia você vier me visitar, espero que te alegrem também.
.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Sou mais o Mario Prata

Escrever crônicas é uma habilidade que tento desenvolver. Adoro ler crônicas, adoro escrever qualquer coisa - que venha da minha cabeça, odeio reescrever - e ainda não resolvi a profissão que quero seguir. Então, ser escritor seria uma boa.
Como gosto de ler boas crônicas, além de livros, jornais e revistas - pricipalmente a Piauí -, vasculho blogs. E sempre me mordi de ciúmes ao ler as crônicas de um ex-namorado de uma ex-namorada minha, desde quando estávamos juntos. O cara escreve bem, é criativo, sagaz, e inteligente. Escreve de forma um tanto rebuscada, bem diferente de mim.
Porém, ao ler um dos meus cronistas favoritos, o Mario Prata, minha opinião muda. Talvez seja muita pretensão minha me comparar à ele, mas me identifico, sim. Suas crônicas podem ser lidas no banheiro, em voz alta no almoço de domingo, durante aquela aula chata de Estatística. São divertidas e bem variadas.
Por enquanto, eu escrevo de uma só vez, sem me preocupar com quem vai ou não vai ler, mais para praticar. Mas um dia, quem sabe...
E hoje, não me preocupo mais com o ex da ex, sou mais eu e o Mario Prata.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dia dos Namorados

Dia dos namorados, sozinho....nunca me incomodou. Claro, até o momento em que eu passei meu primeiro dia dos namorados sozinho, depois de um longo e sério namoro.
Eu estava em casa, sozinho...liguei pra uma amiga e ela "desculpa, não posso sair com você hoje, mas acho que você deveria beber, sozinho mesmo, as vezes é bom ir até o fundo pra voltar melhor".

Resolvi enfiar o pé na jaca...minha chance de voltar a ser o bom e velho eu, beber, conversar com a mulherada e conhecer um monte de gente. Mas, quando a gente não tá bem...
Tomei umas em casa, saí, tomei mais duas cervejas e....de repente...o salão já começa a girar.
Uma moça olha pra mim, eu não faço nada.
Outra moça olha pra mim, eu não faço nada.
Uma loura me puxa pra dançar, segura minha jaqueta, eu dou uma rebolada (imagina um tiozão bebado dançando), e saio.

Depois de todas essas eu penso "por que não fiz nada?", só pensava na ex....maldita ex...

Não conheci ninguém, não falei com ninguém, comecei a passar mal...

Saí, peguei um taxi, e fui cambaleando até chegar em casa...

Cheguei, o porteiro abriu o portão....eu disse "peraê" e voltei, vomitei na sarjeta, na frente do prédio, na frente dos porteiros, e não foi pouco, foi muito, e de cócoras...
Levantei, agachei de novo, levantei... entrei, disse "perdão!", e subi. Pensando que de uma forma ou de outra...eu acabei enfiando o pé na jaca.

E acordei, me sentindo bem melhor.

Moderna (música malterminada)

Ela, uma garota tão moderna
e eu olhando as suas pernas,
no momento em que ela me notou.

Eu alí sentado na cadeira
tomando minha cerveja,
típico cara do interior.

Ela tão segura de si mesma,
um sorriso e uma certeza
que sabia o que vinha depois.

Eu com a mesma cara de idiota
com medo de abrir a porta
e ela não voltar mais.

sábado, 19 de abril de 2008

Anti-Heróis

Acho que toda criança - garotos principalmente - gostam de super-heróis. Eu, como todos, gostava de heróis, Mas conforme cresci, passei a gostar mais dos anti-heróis, aqueles personagens contraditórios, muitas vezes perdedores, sempre me identifiquei mais com esses.
Um dos meus preferidos sempre foi o Tintin, criado pelo cartunista belga Hergé (nome que vem das iniciais RG, Remi George), um jovem repórter, curioso e aventureiro, sempre resolvendo casos de crimes e conspirações políticas.
Tintin não possui superpoderes, não é grande, nem forte e nem marrudo. É inteligente, sagaz, politicamente correto, mostra porém, ser bom de briga diversas vezes.
Eu sempre pensei, eu podia ser ele, acompanhado de seu cãozinho terrier branco Milú, e de outros personagens como o Capitão Haddock, os policiais desastrados Dupond e Dupont, e o cientista prof. Girassol (que não escuta nada direito). Um herói fácil de ser. Sempre se livrando de todas as enrascadas por golpes de sorte.
Digo que me interessei muito por história e geografia e até jornalismo por influência desse personagem.
Um filme vai ser feito agora.
Na verdade, três filmes.
Uma trilogia de Tintin, dirigidos por Steven Spielberg e Peter Jackson, dizem que vai ser feito em captação de movimentos, em 3D.
Eu, sei lá.
Acho que a simplicidade, além de marcante, é importante à série. Os diretores são famosos por blockbusters hollywoodianos, efeitos especiais...
Eu?
Só espero que meu personagem favorito se mantenha igual, aventureiro, sagaz, sortudo, e com o velho topetinho.

sábado, 29 de março de 2008

Em Fim (música malterminada)

Acho que estou melhor do que pensei,
Um pouco pior do que pareço estar.
Eu entendo que acabou,
Mas nunca mais meu colchão de ar
Quis encher.

Acho que eu estraguei seu cobertor,
Você arruinou The Shins pra mim,
Como posso escutar New Slang,
Sem pensar se você está bem
Sem mim.

Mas você fez meu violão
Cantar como não fazia mais,
Meu bloqueio criativo
parece até que terminou
Em Fim

Latinidade de *ú é *ola...

Pois é....faz tempo que eu não escrevo....mas tudo bem...faz tempo que ninguém lê mesmo.
Minha viagem pela Argentina, foi ótima, conheci pessoas legais pra *aralho e enchi a cara de Quilmes e de Fernet com Coca-Cola.
Descobri também que o Brasil não se envolve mais com a cultura latina porque consumimos muito nossa própria cultura. (Tá, eu sei que poderia ter deduzido isso sem sair daqui, mas foi muito melhor dessa forma) O Brasil fala outro idioma e é grande demais, temos artistas de todos os tipos aqui mesmo e consumimos muito essa cultura e isso na verdade é ótimo (ou ÓTEMO, como diria uma prima minha).
Mas quero dizer pra todos que lerem isso que a América Latina (ou Latrina, como diria minha chefe) é maravilhosa e quero conhecer muito dela ainda e aconselho a todos fazer o mesmo. É barato, fácil e dá pra fazer nas férias de Julho ou do fim de ano.
Conheçam a América Latina, mas....não esqueçam que o Brasil também é *oda.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Nunca me disseram que sou latino

Eu queria escrever uma música sobre isso, mas meu bloqueio criativo continua...
Estou viajando pela Argentina e me dei conta de uma coisa: nunca me contaram que eu sou latinoamericano!Já contaram pra você?
Eu sei que sou, todos sabem, mas o que a gente conhece da America Latina? Uruguaios escutam música argentina; bolivianos conhecem autores chilenos; peruanos, ah, peruanos tocam clássicos do mundo todo em suas flautas de Pan. E nós brasileiros ? Nós não sabemos nada dos nossos vizinhos, não falamos espanhol (ou castellano), e ainda nos sentimos ofendidos quando chega um gringo e nos chama de latinos.
Por isso resolvi: vou buscar minha latinidade (cadê me dicionário?), vou continuar essa viagem sozinho, pode ser que dure semanas, meses, anos...mas vou me encaixar nesse pedaço de Terra onde nasci.
Quando voltar eu conto!


La Cañada, Cordoba, Argentina

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Nostalgia de Fim de Ano

Dia 30 de dezembro, penúltimo dia do ano, e assim, sem combinar nada, quatro amigos muito próximos - apesar de viverem muito longe - se encontraram no apartamento onde um deles vive.
Era um momento que ninguém esperava, com os respectivos trabalhos, faculdades, famílias e namoradas, mas aconteceu...
O mais estranho é que tudo foi perfeito, quando batia a fome, um já chegava com pães, queijo e presuto, quando começava a dar sede, outro já estava dividindo a coca-cola nos 4 copos. Nunca se viu aquela velha geladeira fazer tanto gelo, a forminha estava sempre cheia. A coca-cola, o tereré, a cerveja, tudo sempre geladinho, sem que os outros 3 (de forma rotativa) precisassem se preocupar.
Dois dias em que o tempo voou, mas nada faltou, desde o video-game (peça importante na NOSTALGIA, que era o sentimento em comum), às risadas que fazem a barriga doer.
Ao fim do fim de semana, no finzinho do ano, entenderam que mesmo crescidos, morando em lugares diferentes, com trabalhos, faculdades, familias e namoradas continuariam sendo os mesmos que eram anos atrás, jogando video-game, tomando tereré e coca-cola, e rindo até barriga doer. Disseram tchau, feliz ano novo, e essas coisas, e voltaram para suas namoradas, famílias, faculdades e trabalhos.