Tá fazendo frio aqui em São Paulo ultimamente.
Isso, somado às atividades diárias compulsórias - como crescer na vida - me deixaram sem sair muito de casa. Mas aí começaram as férias, e eu saí para comprar uns livros que preciso ler para fazer minha tese de conclusão de curso (da faculdade), me vesti adequadamente para o frio, e saí.
Quase na porta do metrô, encontro uma antiga amiga que, havia 1 ano, estava morando fora do país. Depois de um grande abraço e palavras de saudade:
...- Você não estava nos Estados Unidos?
...- Estava. Cheguei ontem, você é a primeira pessoa que eu encontro.
É sempre bom ser o primeiro, não importa em que. Trocamos telefones e combinamos de combinar alguma coisa.
Continuei meu caminho.
Na livraria, depois de um longo tempo tentando explicar o tipo de livro que eu queria encontrar, o atendente e eu desistimos. Não encontrei nenhum dos livros que precisava para o meu TCC, mas encontrei um ótimo livro de crônicas do Rubem Braga, acabei comprando.
Saindo da livraria, na entrada do Metrô, havia um homem já de certa idade, terno e gravata, tocando habilmente uma flauta transversal, acompanhado de uma caixa de som e um tocador de MP3. Moderno. Mais a frente, dois meninos, novinhos e sujinhos, esperando o farol fechar com bolas de tênis nas mãos. Observei. Ao sinal vermelho, um subiu nas costas do outro, e começaram, os dois ao mesmo tempo, a trançar as bolinhas no ar. Quase um Cirque du Soleil do trabalho infantil.
Eu, acompanhado de uma garota que acabara de conhecer, e a quem prometera acompanhar até a avenida Brigadeiro, não pude deixar de comentar:
Eu, acompanhado de uma garota que acabara de conhecer, e a quem prometera acompanhar até a avenida Brigadeiro, não pude deixar de comentar:
...- Tudo é tão mais chique no frio, não acha?
Ela, observando as pessoas passarem de polainas e cachecóis, sorriu e disse:
...- É verdade.