sábado, 27 de fevereiro de 2010

Marchinhas Murchas (ou Carnaval Não Vem de Bandeja)

"Acho que não foi uma boa escolha."
Esse foi o primeiro pensamento que cruzou minha mente ao acordar na sexta-feira, início do Carnaval. Todo mundo me dizia, meses atrás:
- Trabalhar em restaurante é assim, não tem fim de semana, e não tem feriado!
Eu não mostrara dúvida, gosto de trabalhar com comida, gosto de trabalhar com pessoas e gosto de trabalhar à noite.
Mas o Carnaval chegou rápido. Me pegou desprevinido.
À noite, o folião dentro de mim parecia cantar, "Chiquita bacana, lá da Martinica...", mas meus lábios só diziam:
- Boa noite, querem pedir alguma bebida, algum aperitivo?
Cheguei em casa na madrugada de sábado a tempo de ver o desfile na TV. Peitos, bundas, cervejas, pandeiros e muita alegria do lado de lá. Do lado de cá, eu, começava a cochilar.
Acompanhei tudo pela tela, cinco dias de festa. Mas não parecia Carnaval, não para mim.
Deitado na cama, a cada noite, as marchinhas na minha cabeça perdiam o ritmo, os peitos e bundas murchavam, e as cervejas esquentavam. Na terça-feira tudo acabou e, na quarta, minhas esperanças viraram cinzas.
Meu objetivo, porém, ficou de pé. Um dia vou abrir meu próprio restaurante. Quem quiser trabalhar será benvindo, mas já aviso, trabalhar em restaurante é assim, não tem fim de semana, e não tem feriado!